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Data:19-04-2021 Hora: 05:20:47 AM | postado: Josevânio Miranda | Em: Política

Covidão não é unanimidade

Partido majoritariamente de cúpula integrada por caciques de Pernambuco, a começar pelo presidente nacional Carlos Siqueira, cria do ex-governador Miguel Arraes, o PSB não emitiu nenhum sinal para estancar o surgimento de uma pré-candidatura a governador nas eleições de 2022, no caso o secretário estadual da Casa Civil, José Neto, para disputar internamente com o ex-prefeito do Recife, Geraldo Covidão.

 

Calado estava, calado ficou. Mas os que não querem hegemonia no partido reagiram com euforia ao nome de Zé Neto, como o deputado Romero Albuquerque e sua esposa, a vereadora Andreza Romero, ambos do PP, partido alinhado ao Palácio, liderado no Estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte. Também bateu palmas o deputado Rogério Leão, do Avante, e integrante do grupo do deputado Sebastião Oliveira.

 

Foi Sebá, como é mais conhecido o líder do Avante na Câmara dos Deputados, que lançou o nome de Zé Neto, com acolhida eufórica, mas silenciosa, para não contrariar num todo a base governista na Assembleia Legislativa, onde o prestígio de Geraldo Covidão rasteja. Se os que têm poder de voz e decisão no partido silenciaram, na prática o ex-prefeito, alvo de sete operações da Federal em sua gestão, nunca foi nem será unanimidade.

 

Tem um velho ditado que diz que quem cala, consente. Evidentemente, faltando ainda um ano e sete meses para as eleições, Zé Neto não vai colocar o carro diante dos bois, mas um fato é mais do que real, oportuno: a base governista está dividida para a sucessão de Paulo Câmara e, em se tratando de uma aliança ampla, complexa e cheia de complexos tipo patinho feio, seus desdobramentos são imprevisíveis.

 

Sebá não iria falar por si só. O blog apurou e fez postagem, sábado passado, que Câmara e Geraldo estão distanciados, feito gato e rato, tudo porque o governador não cede às pressões para Covidão usar a máquina para fortalecer sua posição frente agora a Zé Neto. O Palácio pode até negar a briga, mas meu avô dizia que onde tem fumaça, tem fogo.

 

O LANÇAMENTO – De Sebastião Oliveira, em entrevista ao blog na quinta-feira passada, ao tomar a iniciativa de lançar Zé Neto para governador: “Faça uma pesquisa na base do Governo na Assembleia Legislativa. Vais constatar que José Neto é um nome consensual. Nelson Rodrigues falou que toda unanimidade é burra, mas Neto é uma notável exceção, abre um paradigma na ampla aliança que elegeu e reelegeu Câmara. Nunca vi alguém tão talhado para vida pública. Sério, fiel, leal e jeitoso, Zé Neto resolveu todas as crises na relação da Assembleia com o Governo depois que assumiu a Secretaria de Governo”.

 

SUJO FEITO GALINHEIRO – Escondido numa pasta sem a menor visibilidade na equipe de Paulo Câmara, de quem virou subalterno, odiado por grande parte da aliança pela maneira como tratou quando esteve no poder com caneta carregada, Geraldo Covidão se complica a cada dia com as notícias das suas contas mal-assombradas. Na semana passada, um relatório do TCE, fruto de auditoria, apontou um prejuízo de R$ 8,2 milhões em apenas dois contratos. Há, ainda, em fase bem avançada, outras 42 auditorias com combustão suficiente para atropelar a sua pretensão de concorrer ao Governo do Estado em 22.

 

Coluna da Segunda-feira do Magno Martins