Se desprender do que nos fez bem não é uma tarefa fácil. Quantas vezes tentamos, tentamos e não conseguimos. Quantas vezes buscamos forças para virar a página e não conseguimos completar um parágrafo.
Quando amamos alguém de verdade e esse alguém não está mais conosco, travamos uma briga muito desgastante contra os nossos sentimentos, contra o que de fato nós queremos e desejamos. E surgem assim, os piores sentimentos de angústia, solidão, incompletude, desamparo e tristeza. Porque na verdade, aquele outro é que emerge para nós a energia da felicidade. Aquele outro nos faz sentir segura, amada, completa e feliz. E assim percebemos que o outro é a nossa necessidade.
Dói demais quando na busca do desprendimento do outro, tentamos nos enganar dizendo que não sentimos mais nada e sentimos que dentro de nós, nada mudou. Dói demais quando as pessoas se acham no direito de nos dizer que foi muito melhor assim e não tem a preocupação de nos perguntar o que seria melhor para mim.
Quando o outro nos faz feliz e é nele que encontramos repouso, é preciso refletir. Preciso mesmo virar a página ou preciso continuar essa história?
Elizângela Maria da Silva
Pedagoga
Pós graduada em Educação Inclusiva
Mestre em Ciências da Educação
Psicanalista Clínica e Didata
Mestranda em Psicanálise Clínica