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Data:2022-02-03 18:54:10 Hora: | postado: Josevânio | Em: Política

Dólares viraram fumaça

Por Antonio Magalhães*

Tudo é possível no mundo das finanças petistas depois que o BNDES recebeu charutos como garantia de um empréstimo de 176 milhões de dólares a Cuba, em maio de 2010, para finalizar o Porto de Mariel. E pior. Nunca mais vimos a cor desse dinheiro. Mesmo com o prazo de pagamento alargado por 25 anos e juros camaradas, o empréstimo não foi honrado, nem mesmo algumas parcelas.

Os 176 milhões de dólares (968 milhões de reais), emprestados a Cuba para obra da Odebrecht – com certeza alguma grana voltou para o Brasil – corresponderiam, se fossem pagos na moeda da garantia, a 3,33 milhões de charutos Cohiba, produto cubano premium que custa no mercado local em torno de R$ 290.

E não se sabe se os cubanos realmente poderiam oferecer essa garantia. A empresa de economia mista – estatal e privada –, a Habanos S.A controla a produção e venda de charutos na ilha de Fidel com 50% de capital privado franco-espanhol. E nenhuma empresa que se entenda como tal comprometeria seu futuro com tal negócio do PT com a turma de Fidel.

Para fechar o negócio, os cubanos abriram uma conta de garantia – escrow account – onde seriam depositadas as parcelas de pagamento do empréstimo até que as cláusulas do contrato estivessem cumpridas. Essa conta deveria estar num banco que não estivesse envolvido com a negociação. No caso, a conta foi aberta num banco cubano, sob o controle da turma da ditadura.

Com o calote cubano, o BNDES do PT não perdeu nada. O garantidor dos recursos emprestados foi o Tesouro Nacional – que fez e desfez com nosso dinheiro. O que poderia ter sido feito quando foi sinalizado o não pagamento – coisa que videntes petistas já sabiam que ia acontecer –, o governo brasileiro iria a Cuba penhorar as vendas de charutos lá em Havana para ressarcir o cidadão brasileiro?

Nada foi feito para receber o empréstimo cubano e muito menos para ter de volta o dinheiro mandado para a Venezuela pelo BNDES do PT para a Odebrecht  – sempre ela – construir o metrô de Caracas. E isso quando a produção de petróleo venezuelano estava bem. Na atual miséria da “hacienda” comandada por Maduro é desumano cobrar. A não ser que se admita receber do rico Caixa Dois do ditador, o que não vai acontecer.

Bem, essas são algumas histórias do banco de fomento nacional que na era petista, sob o comando do pernambucano Luciano Coutinho, empreendeu a farta distribuição de recursos públicos entre os empresários “campeões”, como Eike Batista e os irmãos da JBS, com calotes extraordinários, transformados em participações acionárias do BNDES nas empresas para esconder o vexame.

E esses “gigantes” criativos do PT querem voltar ao poder com a intenção de tomar conta do cofre estatal  e reverter privatizações de estatais, desfazer a reforma trabalhista de Temer que abriu novas perspectivas de empregos, dar força aos sindicatos que espoliavam os trabalhadores, censurar a imprensa – com apoio de parte dela – e regular as mídias sociais, onde as ideias circulam com liberdade. E essa última palavra causa alergia aos petistas. É isso.

*Jornalista