blog
Data:2021-11-05 16:42:30 Hora: | postado: Josevânio | Em: Pernambuco

Altinho, novo centro de produção de roupas íntimas

Maior atividade geradora de emprego e renda, a produção de roupas se expande além de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, maiores centros de confecção no Agreste Setentrional de Pernambuco. E os municípios que se agregam chegam inovando. Altinho, a 167 km do Recife, está virando, aos poucos, numa grande vitrine de peças íntimas, derivando também para a produção de jeans.

Soutiens, calcinhas, lingeries em geral, a preços bem competitivos, já saem hoje de Altinho em grande quantidade para abastecer o mercado da região. Visitei, há pouco, a Cooperativa de Vestuários de Altinho, na periferia da cidade, integrada por mais de 20 cooperados. Tudo que sai do seu ateliê já tem demanda garantida pela D Nios, em Santa Cruz do Capibaribe.

As peças são feitas manualmente em renda e microfibras, com produção acima de 14 mil unidades por mês. "Estamos muito otimistas", diz Pedro Campos Ferreira, gerente da cooperativa. Segundo ele, o modelo cooperativista deu certo porque funciona como empresa terceirizada. "Somos exclusivos para a D Nios e isso nos garante a entrega de imediato de toda nossa produção", afirma.

A alternativa por peças íntimas não é especialidade da cooperativa. Em Altinho, já tem muitas famílias trabalhando em suas próprias casas, com ateliês no fundo do quintal, fazendo as mesmas peças. A Prefeitura do município incentiva empresas que desejem se instalar em Altinho. Rafael Dantas, que já atua em Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, abriu a empresa Altinho Confecções e Roupas, empresa de porte médio para produzir jeans num galpão antes ocupado por um centro de atendimento ao idoso.

Dali, saem por mês mais de 40 mil peças, incluindo calças, shorts e bermudas diretamente para as Casas Pernambucanas e Magazine Líder, as grandes compradoras. "Até a Riachuelo e a Marisa já foram abastecidas por nós", revela Rosilene Natalice, gerente do ateliê. Acostumada a dar duro na roça no sítio Umbaúba, a 10 km da empresa, ela confessa que está feliz na nova atividade.  "Feliz, mas continuo morando no meu sítio", afirma. Dos quase 100 funcionários, boa parte foi trazida por ela da região onde mora.

"A Prefeitura faz parceria e incentiva pagando luz e fornecendo água", diz o jovem Eliel Sobral, diretor de Empreendimento e Qualificação da Secretaria de Ação Social do município. Essa mão estendida pelo prefeito Orlando José, segundo Eliel, não tem limites. "Quem quiser vir se instalar em Altinho para produzir confecções terá todo apoio da Prefeitura", reforça.

Em Altinho, segundo levantamento da Prefeitura, já existem cerca de 500 pequenas unidades de produção de roupas, incluindo também 12 fábricas de porte médio. Nas fábricas mais estruturadas, como a de Rafael, o salário médio é de R$ 1.250. "É o salário base de costureira", revela.

Blog do Magno Martins