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Data:2021-09-09 16:11:29 Hora: | postado: sayonara | Em: Geral

Dia do Profissional de Administração

Administração no Brasil têm uma história muito curta, principalmente se comparamos com os EUA, onde os primeiros cursos na área se iniciaram no final do século XIX, com a criação da Wharton School, em 1881. ... A evolução de tais cursos se apresenta como uma faceta do desenvolvimento do espírito modernizante.

O tempo é uma caixinha de surpresas. Cada segundo guarda uma novidade que pode modificar todo o futuro. Imagine então em 50 anos... Em meio século, a humanidade já acompanhou a chegada dos tempos modernos e também da era digital. Neste espaço de tempo, incontáveis ideias, produtos e serviços inovadores remodelaram a organização da sociedade.

 

Se tivéssemos que encontrar a nascente de toda a evolução humana na Terra, sem dúvidas a Administração, em sua forma mais primitiva, estaria ali, agindo como o impulso que move e transforma o mundo. Não importa qual área seja, para onde quer que se olhe, há alguma referência ou teoria aplicada, seja de maneira racional ou não.

 

É por isso que antes mesmo da Administração ser reconhecida como tal, os grandes líderes da história já a utilizavam -- e Hemiunu foi um desses. Ele foi o arquiteto responsável pela construção da Pirâmide de Gizé, no Egito, e teve que coordenar milhares de trabalhadores livres, motivá-los na tarefa de carregar toneladas de blocos e ainda ter sob controle a produção, contabilidade, alimentação e alojamento dos funcionários.

 

Regulamentação:

Apesar de sua história ser mais antiga do que imaginamos, a profissão do administrador foi reconhecida e regulamentada no Brasil apenas há 50 anos. Foi exatamente no dia 9 de setembro de 1965, com a sanção da Lei nº 4.769, que o curso de Administração foi reconhecido no País -- e, assim, criado também o Dia do Administrador. O fato histórico foi determinante para a modernização e desenvolvimento econômico brasileiro, sendo o marco do começo de uma nova era.

O Brasil antes da Administração

Conquistar o reconhecimento legal não foi tão fácil e instantâneo assim. Anos antes, a Administração já vinha sendo colocada em prática no Brasil por profissionais que provavam diariamente que o controle, análise e planejamento eram funções técnicas vitais para os negócios.

 

A demanda se acentuou no final da década de 1930, período em que houve um aumento significativo da demanda de profissionais para assumir o controle das questões econômicas e administrativas. Era a tardia Revolução Industrial brasileira, que desvinculou a dependência econômica da agricultura para expandir o setor industrial.

 

Em 1943, foi promovido no Rio de Janeiro o primeiro Congresso Brasileiro de Economia. O objetivo era discutir os meios de industrialização e cobrar do Estado iniciativas concretas para motivar pesquisas específicas em assuntos econômicos.

 

Desde 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova discutia a limitação do ensino superior -- que formava unicamente médicos, engenheiros e advogados. O debate foi fortalecido pelo desenvolvimento econômico e ascensão do setor empresarial, que precisava de profissionais aptos para atender às demandas da sociedade moderna.

 

Após três anos do Congresso de Economia, em 1945, os resultados vieram: os cursos de Ciências Contábeis e Ciências Econômicas foram criados e representaram o primeiro grande passo para a evolução do ensino em Administração no Brasil. Enquanto isso acontecia por aqui, os Estados Unidos já formavam aproximadamente 50 mil bacharéis, 4 mil mestres e 100 doutores em Administração por ano, desde 1881.

O impulso para a modernização brasileira

Os modelos de desenvolvimento econômico da Era Vargas, com o projeto de caráter nacionalista, e do governo de Juscelino Kubitschek, com a abertura econômica do mercado, foram determinantes para o reconhecimento da Administração como propulsora da economia. Eles foram determinantes para a expansão econômica pós 1964, quando a industrialização se expandiu e a importação tecnológica se acentuou.

 

Era o momento propício para o desenvolvimento das grandes empresas brasileiras, que se transformaram em elementos fundamentais para a economia do país. No entanto, o crescimento do setor, equipado com tecnologia complexa, teve que lidar também com um crescente grau de burocratização -- que requeria uma mão de obra especializada e pronta para lidar com os processos administrativos.

 

Assim, o papel técnico e intelectual dos administradores foi reconhecido no ascendente mercado de trabalho moderno e estruturado. Os órgãos e grandes empresas aumentaram suas demandas por profissionais, o que motivou a expansão do curso principalmente em São Paulo, que já era considerada a capital econômica do país.

 

No ano seguinte à regulamentação, em 1966, o Conselho Federal de Educação fixou o primeiro currículo mínimo, sendo institucionalizada assim a formação de bacharéis e técnicos administrativos. Para controlar o exercício do administrador, também foram criados no mesmo período os Conselhos Regionais de Administração (CRAs), responsáveis pela fiscalização e expedição de carteiras profissionais.

 

As primeiras universidades de Administração

Antes mesmo da lei regulatória, a Fundação Getúlio Vargas (FVG), fundada em 1938, e a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FCEA/USP), de 1946, vinham aprofundando as pesquisas de temas econômicos e administrativos no Brasil. Os estudos contribuíram significativamente no processo de planejamento e desenvolvimento do setor industrial.

 

As instituições também defendiam a formação profissional e especializada de um novo tipo intelectual capaz de atender ao mercado moderno. Ele deveria ter uma formação técnica para aplicação prática dos conhecimentos, como também saber utilizar o pensamento estratégico para dar prosseguimento às transformações econômicas que vinham acontecende desde 1930.

 

A partir de convênios com universidades e especialistas renomados dos Estados Unidos, a FGV criou em 1952, com apoio da ONU e da UNESCO, o primeiro curso voltado especificamente para o ensino em Administração. Seguindo o modelo norte-americano, a Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP), no Rio de Janeiro, tinha o objetivo primordial formar aqueles que seriam os futuros professores de Administração.

 

No entanto, não havia ainda no Brasil uma escola destinada especificamente para a formação em Administração de Empresas, que preparasse os profissionais para o setor empresarial privado. A carência de especialistas nessa área levou a FGV a criar a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), em 1954, na capital paulista, considerada o "coração e cérebro da iniciativa privada".

Fonte: https://administradores.com.br/artigos/o-que-a-administracao-tem-a-ver-com-o-desenvolvimento-do-brasil