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Data:26-05-2021 Hora: 05:25:33 AM | postado: Elizangela Silva | Em: Geral

Fiquemos com a vida!

As questões emocionais são cada vez mais desafiadoras e precisam serem olhadas com muita atenção. Estamos em um dos piores momentos de adoecimento psíquico, de evolução dos traumas e de significância da dor.  Hoje, quero direcionar-me exclusivamente aos nossos jovens que estão acometidos de um sofrimento emocional que parece não ter fim.

 

As relações familiares têm contribuído bastante para o desencadear tanta dor, tanta angústia... O diálogo entre pais e filhos tornou-se um grande desafio. Tirar os filhos do seu mundo virtual e trazê-los para o mundo real é, sem dúvida,  uma luta que exige de nós pais e mães, uma mudança de postura e de conduta dentro da nossa casa.

 

Esse isolamento que os filhos  têm demonstrado acende em nós um sinal de alerta que precisa ser observado. Percebo que cada vez mais os pais têm contribuído para esse isolamento. Quando, por exemplo, o pai ou a mãe dá mais importância aos seus problemas pessoais (que não são poucos) e fecham os olhos para esse distanciamento.

 

O que acontece na maioria das famílias é que cada um vive ilhado  no seu próprio mundo,  acontecendo assim, um isolamento coletivo, situação essa muito perigosa, porque as pessoas estão dentro da própria casa mas não se sentem pertencentes a ela, e isso é angustiante porque você vai se percebendo como se não tivesse valor, como se não tivesse importância. E as doenças emocionais  como crise de ansiedade, depressão, bipolaridade, borderline, surgem com força total. Esse sentimento de não pertencimento, de não se sentir acolhido, de não se sentir amado faz com que  as pessoas percam o sentido da vida e passem a sentir-se como um peso para sua família, e pensando que seria melhor se não tivessem nascido e ainda se culpam por isso.

 

Consequentemente, a pulsão de morte fica mais latente e morrer seria a solução para " todos os problemas'.

 

Em tempo de isolamento se faz urgentemente necessário que nós, enquanto pais,  paremos para olhar para os nossos filhos, é perceptível a necessidade que as pessoas têm de serem ouvidas e por vezes compreendidas. O que um pai e uma mãe dizem para um filho tem um peso muito grande, cuidado com as palavras que você diz, elas podem ser curativas, mas também podem ser traumáticas. E vocês filhos, não se sintam culpados por estarem nessa família, vocês não pediram para nascer nela, logo, esse peso não é seu, esse peso não é você, a culpa não é sua. Se você não é fruto de um estupro, isso significa que és fruto do amor e do desejo entre seus pais e foi através desses sentimentos que você surgiu.

 

E quanto a vontade de sumir, de morrer, de acabar com tudo, lembre-se: Você é dono e responsável por sua vida! Isso sim é seu, isso sim é real, e a vida é um presente de Deus, então, faça de sua vida a sua prioridade, olhe para seu interior e perceba que está em você a responsabilidade de viver bem, de ser feliz, de se sentir em paz consigo mesmo. Viva por você, para você, percebendo que a pessoa mais importante da sua vida é você mesmo. Não importa o que os outros pensam de ti, o importante é o que você pensa sobre si. Ame-se primeiro, seja você mesmo a sua melhor companhia, seja seu  motivo de alegria. Pare de se torturar, se menosprezar, se diminuir, se esconder, se isolar e se excluir. Você é precioso demais!

 

Você não é um projeto falido.

 

E entre viver e morrer, fiquemos com a vida!